FÉ, EMOÇÃO E TRADIÇÃO NO FINAL DE SEMANA SANTO EM BOMBINHAS

A sexta-feira Santa trouxe muito mais que um final de semana iluminado e cidade cheia devido ao turismo, trouxe três dias de fé, gratidão, reflexão e humildade protagonizados pela comunidade bombinense na encenação da Paixão de Cristo.

A Via Sacra realizada na sexta-feira, 3 de abril, partiu de cada bairro, após as 18 horas, e todos se juntaram pelo caminho até a capela de Nossa Senhora da Imaculada Conceição no morro junto ao cemitério, entre as praias de Bombas e Bombinhas. As seis comunidades dos bairros Canto Grande (capela de São Sebastião), Morrinhos (capela de Nossa Senhora Aparecida), Zimbros (capela de São José), José Amândio (capela São João batista), Bombas (Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição) e Centro (capela Nossa Senhora dos Navegantes) além de fé, também, propiciaram a manutenção de uma tradição.

A procissão das Cruzes sempre foi realizada em Bombinhas por ocasião da semana santa, mas este ano agregou a Via Sacra unificando as comunidades numa única celebração.

Cristo, vivido pelo jovem Luan Rodrigo da Silva Venâncio de apenas 21 anos e há quatro interpretando Jesus, foi açoitado verdadeiramente por todo o caminho, Luan explicou que ele próprio pediu para que fosse realizado o mais próximo do real possível, como forma de penitência. Junto a ele a Virgem Maria, os doze discípulos e todos que seguiram o mestre até o momento final. Na Capela de Nossa Senhora da Imaculada Conceição os dois ladrões (Everton Pinheiro da Silva e Renan Pinheiro Cruz) o aguardavam crucificados, o final do martírio de Cristo.

Tanto a Via Sacra quanto a encenação da crucificação foram conduzidas pelo pároco bombinense Padre Silvano de Oliveira. Após o momento da crucificação, Cristo foi retirado da cruz e sepultado na capela, para ressurgir no domingo de Páscoa em missa realizada na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Bombas, ladeado pelas seis bandeiras do Divino Espírito Santo das comunidades bombinenses. Há alguns anos Bombinhas não via uma Missa das Bandeiras e a junção com Cristo ressuscitado emocionou a todos.

O Padre Silvano explicou que a missa das bandeiras é um costume de herança açoriana, muito presente na cultura bombinense que merece ser vivenciado. “Eu tive algumas conversas com os fiéis e acredito que resgatar esta tradição é reviver um pouco a história da cidade e valorizar os mais idosos”, enfatiza Padre Silvano.

Quem esteve presente tanto na procissão de sexta-feira, quanto na missa de domingo no mínimo saiu arrepiado do templo e como falou o Cristo bombinese, Luan Rodrigo, impossível não ser tocado pelo Espírito Santo.