TARDE DE TRADIÇÃO REGADA A JUVENTUDE

A Tarde do Beijú de agosto, realizada nesta quinta-feira dia 6, reuniu uma vez mais, comunidade tradicional em torno de uma fornalha de engenho de farinha de mandioca centenária, no Museu Comunitário Engenho do Sertão. Realizada pela Fundação Municipal da Cultura de Bombinhas em parceria com o Instituto Boimamão, toda primeira quinta-feira dos meses de abril a novembro, o encontro está em seu terceiro ano de realização e fomenta a manutenção da cultura tradicional em seus saberes e fazeres.

O acontecimento sempre traz visitas significativas, o de agosto contemplou os alunos do 1º ano 1 do Ensino Médio Inovador, da Escola de Educação Básica Maria Rita Flor, acompanhados pelas professoras Franciele Bez, Dayane Lesan e Talita Guedes. A professora Franciele explica que a alguns anos a unidade escolar trabalha com projetos interdisciplinares, na intenção de levar o conhecimento da cultura de base bombinense a seus alunos, pois, a maioria vem de outras localidades e escolheram Bombinhas para morar. “Nosso objetivo é que conheçam a cultura de Bombinhas, dentro desse projeto trabalhamos várias manifestações culturais que são pertinentes as raízes locais. A partir das próximas semanas iniciamos os trabalhos que serão expostos e apresentados no Açor”, destaca a professora Franciele, se referindo a 22ª Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina que acontece entre os dias 2 e 4 de outubro.

Essa turma produzirá trabalhos para o Açor, a partir da manifestação Pão-por-Deus na disciplina de Língua Portuguesa, com o professor Alaíde Leite e a orientadora de leitura Dayane Lesan. O aluno Harris Denobi, de 15 anos, é residente no município há apenas quatro dias, veio do Rio Grande do Sul, e sua vida oscilava nas cidades de Caxias e Farroupilha, mas já morou em várias partes do Brasil. “É agradável a cultura local, este museu é bem antigo. Eu percebi similaridade com a cidade de Paranaguá, morei lá um tempo. Somente a comida é diferente, tipo a mandioca”, comenta Harris.

Já o aluno Celso Rafael Pedroso da Silva é de família tradicional do bairro Morrinhos, acostumado a gastronomia local, filho e neto de pescador. Mas desconhece se seu tronco familiar alguma vez possuiu engenho de farinha de mandioca, o único engenho que se recorda de frequentar em seus 15 anos de vida é, justamente, o Museu Comunitário Engenho do Sertão. “É legal estar aqui. Muitos dos meus colegas não sabe o que é o beijú, um engenho, estranham, como a minha amiga japonesa que não gostou do beijú. As vezes no começo não gostam, mas depois se acostumam”, fala Celso.

Além da companhia dos alunos da EEB Maria Rita Flor e da comunidade tradicional, também visitaram esta edição da Tarde do Beijú a produtora cultural Cristina Puccini e o músico Dentinho Arueira.

O próximo encontro de saberes e sabores acontece no dia 3 de setembro.