PENINHA E SUAS HISTÓRIAS ENVOLVE E ENCANTA A COMUNIDADE BOMBINENSE
O encontro do mês de agosto, regado a lendas, mitos e encantes, levou cerca de 50 pessoas ao Rancho da Ana, no bairro José Amândio.
Com um ambiente rústico e acolhedor, e o calor do fogão a lenha aquecendo a noite fria, o Pirão Cultural de agosto, trouxe, uma vez mais, a Bombinhas o historiador e museólogo Gelci Coelho, ou mestre Peninha como é conhecido. O Restaurante Rancho da Ana, no bairro José Amândio, abriu suas portas, disponibilizou o aconchego do local, além de servir um verdadeiro banquete aos presentes. Durante, aproximadamente, uma hora e meia, o professor fez renascer boitatás, lobisomens, bruxas, mula sem cabeça e visagens afins, e durante o restante da noite a imaginação, a fantasia e a magia reinou absoluta, sem questionamentos.
Após o caloroso debate, que também contou com a presença do historiador Joi Cletisson, coordenador do Núcleo de Estudos Açorianos – NEA, da Universidade Federal de Santa Catarina, o Boi de Mamão da Fundação de Cultura realizou uma apresentação, especialmente preparada para a ocasião. E com o bicharedo completo, bernuncia, boi, cavalinho, maricota, a cabrinha e a tocata, a cantoria se estendeu por um longo tempo.
O Pirão Cultural é um projeto que tem o objetivo de difundir a herança açoriana, que também integra a identidade cultural bombinsense, para que a população amplie seu conhecimento em torno de suas próprias raízes, e se transforme num agente de manutenção, e, principalmente, apoiador da Festa da Cultura Açoriana – Açor, que Bombinhas sedia no ano de 2015. “A nossa comunidade é acolhedora naturalmente, e quando se trata de cultura, todos abraçam, ainda mais, a causa. Mas nós queremos fazer um Açor inesquecível, sem o apoio, e, principalmente, o envolvimento do nosso, povo não conseguiremos. O Pirão é uma pequena mostra da nossa herança cultural”, declarou Nívea Maria da Silva Bücker, Presidente da Fundação de Cultura.
Para que o encontro aconteça é necessário que um restaurante assuma a parceria, para servir, ao término da reunião, uma degustação do prato típico da gastronomia local, o pirão com peixe frito. Desta forma, cada mês acontece em restaurante parceiro diferente, contemplando todos os bairros.
Todavia, o que era para ser um projeto, acabou por se tornar um evento do calendário cultural bombinsense, e desta forma, tem o futuro garantido, mesmo porque movimenta todo o cenário regional.
O professor Peninha, mesmo sofrendo de um problema pulmonar com dificuldade de respirar durante o debate, fez questão de comparecer e contar de uma forma que somente ele é capaz, toda teatralizada, as lendas e mitos de Franklin Cascaes, de quem é discípulo. Uma das máximas da noite foi afirmar que não tem medo de morrer, apenas vergonha do trabalho que dará, se referindo aos acessos da crise pulmonar. “Que delícia este ambiente, tem até cabeluda plantada. Eu não sou de sair, fico muito em casa, mas gostei muito daqui”, falou Peninha.
O próximo Pirão deve acontecer no bairro do Canto Grande, ainda sem parceiro definido, no dia 25 de setembro, o tema da discussão é “Manifestação da Cultura Popular: Mastro de São Sebastião, pau de fitas e ratoeira”.