FAMAB REALIZA, COM OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS, LIMPEZA DE MANGUEZAL EM BOMBINHAS

Estudantes universitários prestam horas de serviço voluntário em limpeza de Manguezal da Rua Leopardo.

No último dia 10, a Fundação de Amparo ao Meio Ambiente de Bombinhas – Famab, realizou com um grupo composto por 10 estudantes universitários, a limpeza do Manguezal da Rua Leopardo, no bairro José Amândio. Os estudantes prestaram as 20 horas devidas pelo uso do transporte escolar no primeiro semestre de 2014.

Primeiramente a bióloga Letícia Teive explicou o conceito de manguezal, sua influência e importância para a vida humana. Salientou, principalmente, a significância da limpeza realizada pelo grupo. Em seguida todos colocaram luvas de proteção e realizaram coleta de diversos tipos e tamanhos de lixo, desde garrafas e latinhas de cerveja, sacolas plásticas, moveis velhos, geladeira, entulho de obras, entre outros.

Além dos 10 estudantes voluntários, a atividade foi acompanhada pela bióloga Letícia Frozza Teive, pelo Diretor de Educação Ambiental Vinícius Heinske, pelo Presidente da Famab, o biólogo Flávio Steigleder Martins, pelo geógrafo André dos Santos e o topógrafo voluntário Eder Eduardo Moreira. Ao final, ação resultou em 20 sacos de lixo de 100 litros cada.

O Presidente da Famab, Flávio Martins, ressaltou a importância desta ação para a educação ambiental. “O cansaço em nada diminui a satisfação de realizar uma tarefa destas, e mais ainda ver jovens empenhados em ajudar o meio ambiente. Se cada um fizer a sua parte, o maior privilegiado é a coletividade”, destacou Flávio.

Entenda o que é um Manguezal

A bióloga Letícia Frozza Teive explica que manguezal é um ecossistema estuarino (zonas onde o rio encontra o mar e a água fica salobra, menos salgada que a água do mar), que ocorre de norte a sul do globo, entre as latitudes 30° Norte e 30° Sul.

Geralmente está associado a áreas abrigadas, de baixa declividade e com variação moderada de maré, o que facilita a deposição de sedimentos. Por receberem todo aporte de matéria orgânica e nutrientes provenientes do sistema fluvial, são ambientes extremamente ricos, com alta produtividade e disponibilidade de alimento e abrigo, funcionando como verdadeiros “berçários” para espécies animais e vegetais, além de exercerem importante papel na ciclagem de nutrientes e exportação de matéria orgânica para áreas adjacentes.

Apesar da importância socioeconômica e ambiental destes ecossistemas, eles encontram-se bastante degradados por conta do processo desordenado de urbanização. Dentre os principais impactos, está à ocupação irregular das margens dos cursos d’águas e da área de abrangência do manguezal, o que resulta em descaracterização das Áreas de Preservação Permanentes e, consequentemente, em alterações nas funções ecológicas exercidas por estes ambientes.

Como consequência deste crescimento urbano, tem-se a disposição inadequada de efluentes domésticos e de resíduos sólidos urbanos. Os resíduos sólidos (“lixos”), como restos de plásticos, alumínio, vidros, representam, pelo seu potencial de persistência no ambiente, sérias ameaças a estes ecossistemas e às espécies que dele dependem, incluindo a nossa própria espécie.

Desta forma, práticas de conscientização acerca da importância destes ambientes aliadas a mutirões de limpeza para retirada de resíduos no interior e entorno dos manguezais, constituem ferramentas importantes de preservação destes ecossistemas.